segunda-feira, 8 de maio de 2017

DEPRESSÃO PÓS-PARTO, TRISTEZA PROFUNDA: COMO EXPLICAR ESSES SENTIMENTOS?

     Olá pessoas lindas, tudo bem com vocês? Gente, hoje vou falar de um assunto nada legal, mas que não pode ser ignorado: A FORTE TRISTEZA QUE ALGUMAS MULHERES SENTEM APÓS O PARTO e em casos mais sérios chegando a uma DEPRESSÃO PÓS PARTO. Isso mesmo, até o dia 13/04/2016 eu não tinha a menor ideia do que era esse sentimento e se alguém me contasse, juro que não entenderia. E não culpo ninguém por isso, já que tem coisas que podemos imaginar, mas entender mesmo, só passando na pele.

  Antes da Manuella, tive outra gravidez que resultou num aborto. Fiquei triste, mas nada que pudesse abalar minha estabilidade emocional. Seis meses depois engravidei novamente e aí veio a nossa bolota fofucha. Minha gravidez foi maravilhosa e não posso reclamar de nada. Engordei 30 kg com muito prazer. Cada ida na médica era uma bronca, mas na verdade eu nem ligava; ninguém conhece nosso corpo melhor que a gente mesma e eu sentia que estava indo tudo muito bem. Eu me sentia a mulher mais linda do mundo👩. Adorava meu barrigão e quanto mais crescia mais feliz eu ficava. Cada ultrassom, cada batimento cardíaco, ver que dentro de mim estava se formando uma vida era maravilhoso, sensação única e indescritível.

  Poucos dias antes da Manuella nascer, peguei uma cachorrinha na rua que quase foi atropelada e morta. Ela devia ter menos de 1 mês e estava numa situação bem deplorável. Resolvi cuidar dela e dei o nome de NINNA, ou melhor dizendo NINNA MOBY DICK (apelido esse dado por meu marido, kkkkk)🐶. NINNA precisava de muitos cuidados e tratamentos e eu tomei a frente de realizá-los. Acabei pegando uma infecção na pele, que até hoje não sei se foi pelas doenças da NINNA ou pelo manuseio dos medicamentos, que mesmo usando máscara no rosto, me deixavam bem sufocada. Levei uma tremenda bronca da obstetra, que disse que eu era louca em pegar um animal doente nessa altura da minha gestação. Críticas não faltaram (cheguei a ouvir que eu gostava mais da cachorra do que da minha própria filha), mas a NINNA estava comigo e eu não ia deixa-la. Quem me conhece sabe que já tenho uma vira-latinha de 3 anos, a Katharina. Bem, como tudo que fazemos acarreta uma consequência, a infecção na pele que peguei foi pesada (mas somente tive isso pelo fato da gravidez, segundo minha médica). Para poder me tratar tive que me afastar temporariamente da NINNA que ficou aos cuidados da minha mãe Conceição, que passou a criar a pequena notável como uma filha. Apesar desses problemas eu estava muito, mas muito feliz com a chegada da Manuella.

  No dia de tê-la, acordei bem cedo. Às 5 horas já estava na maternidade com meu marido e minha irmã. A ansiedade pela chegada de uma nova ariana era enorme, e eu e meu marido estávamos radiantes👪. Fui pra sala de parto, levei 4 agulhadas da raquidiana nas costas (doeu pra carvalho😖), mas segui em frente. Chegou o momento tão esperado e a Manuella veio ao mundo. Aí minha gente, foi que teve início um dos momentos mais difíceis e incompreensíveis pelos quais já passei. Uma tristeza muito forte tomou conta de mim. Mas não era uma tristeza normal, era diferente, pois eu não conseguia saber o motivo e nem entender o que estava se passando dentro de mim. Sabe aquela expressão: “CEGO PERDIDO EM TIROTEIO”, era mais ou menos assim que eu estava. Parecia que toda a minha racionalidade tinha sumido. Meu marido perguntava o tempo todo qual o motivo de tanto choro e nem eu sabia explicar. Aí de repente, eu ficava feliz, como se nunca tivesse sentido aquela sensação ruim. Mas essa felicidade era momentânea e logo vinha a tristeza pesada de novo. Na verdade, eu já não conseguia identificar quem eu era, pois eu mesma não me reconhecia. É difícil entender isso que eu estou falando, eu sei, mas mais difícil era sentir tudo isso sem entender o motivo.

  Como consequência, eu super valorizei a doença que peguei um pouco antes da Manú nascer e pronto, aí que minha cabeça pirou de vez. Eu me perguntava o tempo todo, se eu tinha errado em ter pego a NINNA, e minha cabeça ficava mais confusa ainda, pois se não tivesse pego, ela deveria ter tido um fim triste. Meu marido começou a ficar preocupado, e ele sempre me falava que não entendia por que eu estava assim, pois eu já tinha passado por tantas situações difíceis durante minha vida e estava deixando me abalar sem um motivo aparente. Na primeira consulta da Manuella, a obstetra conversou comigo e me apontou um site para que eu acessasse. Ela explicou que o que eu sentia era mais comum do que se imaginava, e que não era pra eu me desesperar, que esse sentimento ia passar, e se não passasse, eu deveria procurar ajuda profissional. Não sei dizer pra vocês qual foi o momento exato que essa tristeza foi embora, mas lembro que quando mudei pra casa nova já não estava mais sentindo nada, então foram cerca de 2 meses ou menos que tive esse sentimento ruim. Também não sei afirmar ao certo, mas acredito que tive uma tristeza profunda e incompreensível, que não chegou a ser uma depressão, tanto que acabou passando sem eu perceber. Fiquei sabendo que esse é um problema hormonal e também pode ser genético, e se eu tiver um segundo filho, tenho fortes chances de vir a passar por isso de novo.

  O que posso afirmar, é que tudo passou sem eu perceber, e no fim, tudo deu certo. A NINNA acabou ficando com a minha mãe, que se apegou de tal maneira à MOBI DICK que ficou com a guarda definitiva dela, e hoje se chama LÚ😁. A Manuella passou imune por tudo isso, sendo uma criança muito forte e saudável. Eu fiquei boa da doença quase que ao mesmo tempo que fiquei boa da tristeza. A única certeza que tenho é que nada ocorre na vida da gente por acaso. A maternidade veio de forma impactante na minha vida (aliás tudo na minha vida sempre foi assim) e quando olho pra trás, apesar de todo o sofrimento inicial, fico feliz. Quando vou na casa da minha mãe e vejo a NINNA tão linda e tão amada percebo que nada foi em vão. Por incrível que pareça, até hoje ela reconhece a mim e ao meu marido, fazendo muita festa quando nos vê. Quem gosta de animais como eu, sabe que a sensação de ver um bichinho bem tratado não tem preço.

  E quanto à tristeza ou depressão e a possibilidade grande de voltar a tê-la se passar por uma segunda gravidez, só posso dizer uma coisa: NINGUÉM ME PROMETEU QUE A VIDA SERIA FÁCIL😉 

  Fiquem com Deus e até o próximo post!

  Bjokas da mãe da Manulinda 💋💋💋